Gengivite Plasmocitária
A Gengivite Plasmocitária (GP) ou Gengivoestomatite Plasmocitária é uma condição rara que é caracterizada pela infiltração de plasmócitos nos tecidos orais (principalmente na gengiva) que ocorre devido exposição a um fator causal, que pode ser um alérgeno, uma neoplasia ou por causas desconhecidas.
Essa condição esteve muito relacionada com um produto utilizado em gomas de mascar no passado (provavelmente um aromatizante). Atualmente poucos casos são relatados, mas acredita-se que o alérgenos dessas novas causas de GP sejam principalmente: Pimenta, aromatizantes, componentes de cremes dentais e a menta. A etiologia da doença ainda é desconhecida, mas, a patogenicidade é semelhante a uma reação de hipersensibilidade comum.
Características Clínicas
É comum observarmos um aumento da mucosa gengival de superfície lisa e bastante avermelhada podendo ser generalizada ou em apenas algumas áreas. As lesões normalmente são sintomáticas e o paciente relata bastante ardor. A condição pode ainda envolver os lábios (queilite angular e fissuras nos lábios) e língua (lesões eritematosas) sendo denominada Gengivoestomatite Plasmocitária.
Como diagnósticos diferenciais podemos citar a Síndrome do ardor bucal, pênfigo, penfigoide e líquen plano. Na síndrome do ardor bucal o paciente normalmente relata ardor generalizado na mucosa oral, não sendo encontrado nenhuma alteração na cavidade oral que justifique tal sintomatologia. Ainda, a GP pode mimetizar uma gengivite descamativa, onde a gengiva é acometida por uma lesão atrófica de coloração eritematosa, essa condição pode ocorre em doenças como o pênfigo e o líquen plano.
Discreto aumento de volume gengival com superfície lisa e bastante avermelhada.
Disponível em: http://www.aaom.com/index.php?option=com_content&view=article&id=125:oral-hypersensitivity-reactions&catid=22:patient-condition-information&Itemid=120 |
Aumento gengival mais pronunciado de superfície eritematosa, é comum o sangramento
gengival.
Disponível em: http://www.indjos.com/showBackIssue.asp?issn=0976-6944;year=2012;volume=3;issue=2;month=May-August |
Gengivoestomatite Plasmocitária - Aumento de volume do lábio inferior apresentando algumas
fissuras.
Disponível em: http://medind.nic.in/jay/t12/i1/jayt12i1p115.htm |
Características Histopatológicas
Microscopicamente podemos observar uma intensa exocitose leucocitária, espongiose e perda de ceratinização. A interface epitélio/conjuntivo geralmente é apagada ou mal definida devido ao intenso infiltrado inflamatório.
O diagnóstico diferencial histopatológico é feito com a periodontite/gengivite convencionais, onde iremos observar um infiltrado inflamatório bem menos intenso (sendo importante a análise clínica) e também com o Plasmocitoma, onde os plasmócitos apresentam uma proliferação monoclonal diferindo da GP na qual os plasmócitos são policlonais.
O diagnóstico diferencial histopatológico é feito com a periodontite/gengivite convencionais, onde iremos observar um infiltrado inflamatório bem menos intenso (sendo importante a análise clínica) e também com o Plasmocitoma, onde os plasmócitos apresentam uma proliferação monoclonal diferindo da GP na qual os plasmócitos são policlonais.
Intensa exocitose e espongiose além de um intenso infiltrado inflamatório
na lâmina própria.
Disponível em: http://www.indjos.com/article.asp?issn=0976-6944;year=2012;volume=3;issue=2;spage=117;epage=120;aulast=Dhir |
Observar intenso infiltrado inflamatório (grande predominância de plasmócitos)
Disponível em: http://www.dermpedia.org/case/plasmacytosis-mucosae-plasma-cell-gingivitis |
Epitélio exibindo áreas de espongiose e exocitose
Disponível em: http://www.indjos.com/article.asp?issn=0976-6944;year=2012;volume=3;issue=2;spage=117;epage=120;aulast=Dhir |
O diagnóstico é feito com base na história reportada pelo paciente em associação ao exame clínico e microscópico. O principal tratamento é sem dúvidas a descoberta e retirada do agente que causou a condição. Quando a GP é causada por um fator desconhecido, a utilização de corticosteroides tópicos está indicado.
Referências
BALI, D; GILL, S; BALI, A. Plasma cell gingivitis-A rare case related to Colocasia (arbi) leaves. Contemporary clinical dentistry, v. 3, n. Suppl 2, p. S182, 2012.
DHIR, S. et al. The plasma cell gingival enlargement: The diagnostic and esthetic concerns. Indian Journal of Oral Sciences, v. 3, n. 2, p. 117, 2012.
JANAM, P; NAYAR, B. R.; REMYA MOHAN, A. Suchitra. Plasma cell gingivitis associated with cheilitis: A diagnostic dilemma!.Journal of Indian Society of Periodontology, v. 16, n. 1, p. 115, 2012.
REGEZI, J.A; SCIUBA, J.J; JORDAN R.C.K. Patologia Oral: Correlações Clinicopatológicas. 6ª edição. Elsevier, 2013.
WOO, S. B. Atlas de patologia oral. 1. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2013.