Tumores de Glândula Salivar - Adenoma Pleomórfico
O Adenoma Pleomórfico é a neoplasia de glândula salivar mais comum, chegando a representar de 70% a 90% de todos os tumores desse grupo. A lesão pode acometer tanto as glândulas salivares maiores (Parótida e Submandibular) quanto as menores, principalmente no palato, lábio superior e mucosa jugal. A glândula Sublingual raramente é citada em pesquisas, pois a mesma apresenta baixíssimos índices de desenvolver neoplasias. Estruturalmente o adenoma pleomórfico vai ser formado por uma proliferação de elementos ductais e células mioepiteliais, acredita-se que esse tumor tenha origem a partir do ducto intercalar.
Características Clínicas:
O Adenoma pleomórfico, independente de onde está localizado, vai se apresentar como uma aumento de volume indolor de crescimento lento, bem circunscrito, de consistência firme e coberto por mucosa ou pele de colorações normais (em casos de traumas secundários, pode haver ulceração da superfície). É mais comum em indivíduos entre 30-60 anos e possui uma leve predileção por mulheres.
Em glândulas salivares menores, o tumor além das características já citadas acima, apresenta uma certa mobilidade (exceto tumores em palato, que apresentam pouca ou nenhuma mobilidade, devido a forte adesão da mucosa palatina no osso).
Tumor em glândula salivar menor
Adenoma Pleomórfico em Palato duro
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Em glândula parótida, o adenoma pleomórfico pode estar localizado em seu lobo superficial ou no lobo profundo. O tumor se apresenta como um aumento de volume entre a margem posterior da mandíbula e a orelha, raramente há o acometimento do nervo facial. Se não tratado, o tumor pode assumir proporções grotescas. Normalmente o adenoma pleomórfico é unilateral, mas já foram registrados casos da lesão bilateralmente.
Adenoma em Glândula Submandibular
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Lesão em Parótida
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Lesão em Parótida
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Características Histopatológicas:
Histopatologicamente o Adenoma Pleomórfico é caracterizado por apresentar uma proliferação de células ductais e mioepiteliais dispostas em estroma bastante variável, que pode ser mixomatoso, condroide e hialino eosinofílico.
O componente epitelial se arranja em cordões, ilhas, ductos e estruturas císticas, já as células mioepiteliais, que estão em maior quantidade, podem se apresentar como células anguladas, fusiformes ou redondas com núcleo excêntrico (semelhantes aos plasmócitos). A lesão frequentemente é encapsulada, podendo esta, ser incompleta ou invadida por células tumorais.
Células Ductais e Mioepiteliais em estroma mixomatoso
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-Seta preta - Célula Ductal/Seta azul - Célula Mioepitelial
Estroma hialino eosinofílico
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Componente epitelial formando ilhas, cordões e ductos (seta preta).
Notar a diversidade do estroma.
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Tratamento:
Primeiramente, deve-se haver uma correlação entre exames clínicos, imaginológicos (recomenda-se Ultrassonografia ou Ressonância Magnética) e exames histopatológicos. Em tumores pequenos localizados em glândulas salivares menores, uma biopsia excisional ou incisional pode ser realizada. Em tumores de glândulas maiores podemos optar pela PAAF (punção aspirativa por agulha fina).
Quanto ao tratamento, a remoção cirúrgica é a opção de escolha, sendo feita adequadamente as taxas de cura são superiores a 95%. Para tumores localizados no lobo superficial ou lobo profundo da parótida, deve-se realizar uma manobra chamada de Parotidectomia superficial ou total, respectivamente. O nervo facial sempre que possível deve ser preservado.
Referências:
LAWALL, M. A, et al . Adenoma pleomórfico: relato de caso clínico. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo, v. 19, n. 3, p. 336-340, set/dez, 2007.
NEVILLE, B.W.; DAMM, D.D.; ALLEN, C.M.; BOUQUOT, J.E. Patologia Oral e Maxilofacial. Trad.3a Ed., Rio de Janeiro: Elsevier, p. 972, 2009.
SILVA, D. N, et al. Enucleação de Adenoma Pleomórfico: considerações terapêuticas e relato de caso. Rev. Cir. Traumatol. Buco-maxilo-fac., Camaragibe, v. 7, n. 4, p. 25-30, out/dez, 2007.